sábado, 20 de setembro de 2008

Antenas para uma garota (foragida) de 17 anos

Não sei se é exatamente a palavra patética, mas toda vez que o sentimento da cidade pequena se tornar ainda menor retorna, é algo bem parecido com isso. Ainda não sei como é possível dar início a uma história, rompê-la sem um devido fim e se tornar escrava em eterna fuga dela. Cada olhar é uma uma invasão e uma vulnerabilidade totalmente desnuda. Cada lugar é um encontro certeiro de onde eu deveria me afastar.
Se antes parecia ridículo simplesmente não se atirar ao risco e tentar começar um acervo de histórias, o que as pessoas costumam chamar de "vida", nos dias de hoje parece que a única maneira era só continuar no amado e saudoso anonimato, mesmo que isso significasse uma vida mais ociosa e pobre de fatos. Aliás, dane-se os fatos e o acervo que eles representam. Porque até hoje eles nunca me pareceram parte de um todo, mas só desvios, más recordações, corrupções de um ser que antes eu podia acreditar fevorosamente. E hoje, quando sei que eles vão acontecer, tudo que penso é que preciso de uma dose de qualquer ansiolítico, porque sim, agora que o estrago foi feito, não dá pra encarar as consequências sem pensar em dopar as reações que elas causam. Se não aguenta o peso, não procure e não se submetesse a coisas que são muito mais pesadas que uma base fragilmente construída pode suportar. Por quê essa incansável procura de auto-tortura e submissão ao ridículo?
Não dá mais pra procurar insustentabilidade.
Espero que nunca mais seja infestada com os conceitos de fora e outras perspectivas, porque tudo o que sempre desejo de volta é o meu conforto anterior comigo mesma e me alimentar de todos os meus conceitos e teorias, mesmo que todos ilusórios, viver no meu mundo formulado... eu sinto muita saudade de mim mesma, e é a única que eu jamais vou reencontrar.

Used to be one of the rotten ones and I liked you for that... now you're all gone, got your make up on and you're not coming back (can't you come back?)